In Blue marca em 2000 o regresso da banda aos álbuns de estúdio, apostando claramente no mercado americano, o que fez com que as canções fossem bastante mais “pop” e com muito menos elementos tradicionais irlandeses. Para este álbum foi recrutado Mutt Lange para produzir algumas das músicas (Breathless, Irresistible). O resultado final foi para muitos fãs uma desilusão, mas no entanto o álbum continua a ter grande qualidade, é apenas … diferente!

Alinhamento:

Breathless
Give me a Reason
Somebody for Someone
Say
All the Love in the World
Radio
Irresistible
One Night
All in a Day
At Your Side
No More Cry
Rain
Give it all Up
Hurt Before

Rebel Heart (Instrumental)

Breathless

É o primeiro single de “In Blue” e tem uma melodia muito pop que fica no ouvido com facilidade, mas perdeu-se um bocado o elemento tradicional. Existe muita guitarra eléctrica e bateria (que obriga Andrea a esforçar-se para se fazer ouvir). Os “back vocals” estão muito bons! A letra é muito, muito .. pouco marcante coisa que não é habitual nos outros álbuns. O refrão como já disse fica no ouvido com facilidade, depois de ouvir pela primeira vez a canção o “Go on , go on / Come on leave me Breathless” fica na cabeça. O que dizer? O single foi número um nos tops de dezenas de países! Brilhante.

Give me a Reason

Give me a reason é uma canção que volta a pegar no elemento tradicional irlandês (não muito), mas ouve-se muito bem o violino (sendo que a bateria faz uma grande da canção em conjunto com a guitarra. A letra tem alguma profundidade sendo que o tema da canção é a procura de um razão para o facto de “ele” a ter deixado e por outro lado o efeito que isso provocou nela foi devastador …

Somebody for Someone

A música começa com o piano de forma muito suave e é-lhe seguido a bateria que se mantém durante toda a música (bem como o piano). Somebody for someone faz muito o uso dos “back vocals” de Sharon que dá um toque de magia e misteriosidade à canção. A canção fala-nos de uma pobre rapariga que se sente perdida na vida sem ninguém para amar e quer o encontrar o amado, o refrão dá muito enfâse ao que ela “pede” “Somebody’s gonna make it right (save me), Somebody’s gonna make it right (look for me)” quer que “alguém” venha e resolva o seu problema (de não ter ninguém para a amar)

Say

O Piano introduz a canção e a bateria e a guitarra fazem o resto da canção. Os “back vocals” no último terço da canção são muito… como dizer? Diferentes! É isso, Sharon pareçe que está a cantar uma música mais hip-hop ou rap do que aquilo que estamos habituados a ver, mas não é crítica aliás acho que fica muito bem na canção e a torna diferente de tudo aquilo que já vimos. A letra remete-nos para o tema habitual do amor / desencontro amoroso sendo que nesta canção ela não sabe se poderá contar com ele ou não “If he say’s that he love’s me – I can cry I can smile, But if he say’s that he need’s me – There’s a light, a light for me” e acaba por não saber no final, mas fica sempre com a esperança …

All the Love in the World

“All the love in the world” é uma canção muito suave e romântica (das mais românticas do álbum, na minha opinião). Que começa com guitarra e bateria que fazem sozinhas o núcleo da canção (violino, qué dele?) A letra transmite-nos que ela só quer alguém de verdade e com certeza para amar, porque o amor é para toda a vida. Só quando souber que o outro também a quer amar com a mesma intensidade sente-se preparada para “then I”ll give all the love in the world”. A sua vida por agora é bastante infeliz devido à falta desse amor e está farta de ter de acordar de manhã sem ninguém ao seu lado. Sharon, como é costume com a sua voz magnífica, dá um tom melodioso à canção que a tornam numa grande canção de amor.

Radio

É um remix da versão que encontramos em Unplugged. Tudo o que era de bom continua lá (Música, Ritmo), e foi aprimorado numa versão que parece mais “soft” e alegre que a encontrada no Unplugged.

Irresistible

O segundo single de “In Blue “, tal como em Breathless o elemento tradicional não foi explorado e recorre-se muito à bateria e à guitarra, obrigando novamente Andrea a um esforço redobrado. A letra é muito banal e pouco profunda sem aquele elemento que nos prende à canção, embora tenha um refrão que fica no ouvido “Irresistible – natural , phisical…”. Nota-se que foi co-escrita em conjunto com Muttt Lange (que também co-escreveu “Breathless”).

One Night

Temos nesta canção a utilização do violino (distinguível pelo menos) com a bateria a ser usada de uma forma tão suave que Caroline deve tocá-la com as mãos! É uma melodia do mais suave que já ouvi, possui uma magia própria, difícil de explicar. A letra fala-nos do encontro amoroso que foi preparado cuidadosamente para uma só noite e onde houve uma entrega total “Just for One Night – my body , my soul” e que depois ela sabe que de manhã irá acordar sozinha e que aquilo tudo acabou, mas pede que ele não se preocupe com ela pois ela vai ficar bem.

All in a Day

Uma faixa calma com o uso de algum violino para dar um ambiente mais “luminoso”. A letra fala-nos de uma jovem que acorda um dia e que vê tudo à sua volta a mudar e não gosta nada dessas mesmas mudanças. A bateria é usada de uma forma suave e a guitarra também está presente de uma forma pouco acentuada.

At Your Side

Definitivamente alegre, mas não muito boa em comparação com aquilo que estamos habituados a ver. A letra é simples, é sobre a amizade, e sobre os bons e maus momentos dela e fala-nos de um amigo que estará sempre ao nosso lado nos maus momentos.

No More Cry

A canção mais alegre do álbum, mas ao mesmo tempo a mais triste, isto porque tem uma melodia muito alegre e rápida com o recurso à guitarra eléctrica e à bateria, mas a letra é da maior e profunda dor (esta canção foi escrita pelos The Corrs para dedicarem ao seu pai Gerry Corr, aquando da morte Jean Corr) e tem como objectivo levantar a moral do Pai para que pudesse ultrapassar aquele momento tão difícil. A letra remete-nos para um cenário onde se quer voltar ao antigamente antes de ter acontecido a desgraça e onde após essa desgraça ter acontecido todos querem esquecer que isso aconteceu; voltar a sorrir, ter a alegria de viver e nunca mais ter de voltar a chorar. A canção que marca profundamente aqueles que estiverem atentos à letra, mas aqueles que apenas a ouvirem sem estar dentro do contexto vão achar apenas mais uma canção gira…

Rain

A canção entra com piano muito suave (que se mantém), a bateria também não faz uso da sua força (mas é uma das bases da canção). Com recurso a pouca instrumentação adicional e com uma letra misteriosa que não transmiste uma ideia clara. Dá a entender que todos vivemos com base na esperança e na verdade até ao dia em morremos, mas está tudo bem com essa ideia pois sempre foi assim ?

Give it all Up

É uma canção com uma melodia muito alegre, que põe a pessoa bem-disposta ( não acredito muito que tenha sido escrita pela Andrea, porque apesar de ter um tema amoroso não possui aquele impacto típico das canções escritas por ela). A história conta-nos a história de um casal que passa muito tempo separado e ela sabe que muitos casais não deram certo por passarem muito tempo separados, portanto ela diz que deixaria tudo para trás só para estar com ele, o que nos deixa a pensar que o amor é mesmo forte. A nível de instrumentos a natural e constante presença da guitarra e da bateria, sendo que há a salientar dois aspectos quanto à instrumentação nesta canção – a presença do Saxofone e da Trombeta coisa não vista desde Unplugged!

Hurt Before

Se tivesse de escolher a melhor música do álbum, acho que a minha escolha iria recair sobre esta canção. Trata-se de uma das mais sublimes e perfeitas harmonia de instrumentos que torna esta canção muito especial. Andrea tem uma voz angélica e niguém discorda disso, mas na minha humilde opinião esta faixa torna-se absolutamente fenomenal na presença da sua voz. A suavidade com que instrumentos “fluem” e se fundem uns nos outros é de uma genialidade digna de registo. A letra remete-nos para uma rapargia que sempre viveu à sombra dos pais e que agora quer algo mais, procura o amor ! Sonha muito com isso e quer que alguém apareça para a ensinar e mostrar-lhe o caminho para o amor. Por outro lado denota algum receio pois sabe que todos os que usufruiram do amor já foram magoados – “And you know we’ve all been hurt before”, mas não quer desistir pois é jovem e destemida, não receia o futuro, e sabe que está sozinha se for magoada pois outros o foram …

Rebel Heart

A canção instrumental do álbum, inteiramente escrita e composta por Sharon, que nos presenteia com uma maginífica peça instrumental digna de rivalizar com as melhores composições de Mozart, Tchaikovsky e Bethoven entre outros (Ok, pode ser um bocadinho exagerado, mas a música é mesmo boa). Tendo em conta que é Sharon “o maestro” da música, é natural que o violino tenha o maior destaque e realmente é maravilhosa a forma como um violino só consegue dar tanta magia a uma música. O acompanhamento musical é feito pela bateria, sendo que a tin whistle também tem uma mostra da sua arte e o piano também complementa muito bem a canção. Enfim o que se pode dizer desta canção é … Têm de a ouvir!